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Clamor por segurança nas ruas de Jataí

Aconteceu na manhã da última sexta-feira, dia 11 de setembro, por algumas ruas do Centro da cidade, uma passeata que teve como objetivo chamar a atenção do governo estadual para o problema da falta de segurança em Jataí. Vereadores, vítimas, parentes e amigos de pessoas assassinadas e populares fizeram uma caminhada pacífica, pontuada por discursos e testemunhos. Nos últimos 12 meses, foram mais de 40 homicídios no município, além de uma série interminável de furtos e assaltos.
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Aconteceu na manhã da última sexta-feira, dia 11 de setembro, por algumas ruas do Centro da cidade, uma passeata que teve como objetivo chamar a atenção do governo estadual para o problema da falta de segurança em Jataí. Vereadores, vítimas, parentes e amigos de pessoas assassinadas e populares fizeram uma caminhada pacífica, pontuada por discursos e testemunhos. Nos últimos 12 meses, foram mais de 40 homicídios no município, além de uma série interminável de furtos e assaltos.
Hélio Domingos

Centenas de pessoas foram às ruas do Centro de Jataí no último dia 11 de dezembro, para exigir do governo estadual mais efetivos e equipamentos para as polícias Militar e Civil do município. Promovido pela Câmara Municipal, o ato também serviu para lembrar que nos últimos 12 meses foram cometidos mais de 40 homicídios, além de dezenas de roubos e furtos, números considerados acima da média para uma cidade com menos de 100 mil habitantes.

A passeata teve início às 9 horas, na Praça da Bandeira, em frente ao Palácio das Abelhas, sede do poder legislativo jataiense. Oito vereadores participaram da marcha – por motivo de viagem, apenas Adilson Carvalho (PMDB) e Ediglan Maia (PSDB) ficaram de fora. A eles juntaram-se parentes de vítimas da violência, sobreviventes da atual onda de crimes, membros da OAB, do judiciário, segmentos organizados da sociedade e populares.

Portando faixas e cartazes, os manifestantes desceram pela Avenida Rio Claro até entrar na Avenida Goiás. No cruzamento com a Rua Rui Barbosa, um dos mais movimentados da cidade, a primeira parada. Usando o carro de som, o presidente da Câmara, Gênio Eurípedes (PMDB), explicou os motivos do protesto.

 “Não estamos dizendo que a polícia é incompetente, mas ela é insuficiente”, afirmou Gênio. “A população de Jataí cresceu, mas os efetivos policiais não. Queremos mais segurança no município. O número de efetivos atualmente é o mesmo de 40 anos atrás, segundo dados do pessoal do setor. Naquela época, éramos apenas 40 mil habitantes. Hoje somos quase 100 mil”.

Segundo Gênio, a caminhada também foi uma forma de homenagear todas as vítimas da violência em Jataí. “Só quem sofreu na pele para saber o que os parentes e amigos dos mortos estão passando. Só quem perdeu tudo para os bandidos sabe como é passar por tal situação”, declarou.

Na esquina com a Avenida Brasil, o vereador e ex-prefeito Nelson Antônio da Silva (PPS) destacou a importância do ato como forma de pressionar o governo estadual a adotar medidas para melhorar a segurança na cidade. “Somos solidários com as polícias. Elas precisam ter melhores condições de fazer seu trabalho, precisam contar com mais gente e mais armamentos”, disse Nelson.

Em nome das vítimas, a comerciante Maria das Graças, que teve a casa assaltada três vezes, de junho até novembro deste ano, também fez questão de ressaltar que os policiais militares e civis não são os culpados pela situação. “Eu recebi toda a atenção e respeito da Polícia Civil e da Polícia Militar”, relatou. “O problema está nos governantes, que não ligam para a prevenção, para a segurança do cidadão”.

Em um dos assaltos, ela e o marido foram violentamente agredidos, além de roubados em R$ 53 mil. “Acabou a Jataí tranquila de antigamente. Agora nós não nos sentimos mais à vontade dentro de nossas próprias casas”, lamentou Maria das Graças.

Alguns comerciantes já fecharam suas portas – em um dos casos, em plena região central, a medida foi tomada depois de cinco assaltos em poucos meses. “Pagamos impostos e mais impostos, mas não recebemos nada em retorno. Pior: temos que sustentar os bandidos também”, reclamou um dos empresários.

A pedofilia e as drogas também foram temas da fala do vereador Luiz Carlos Cabral dos Anjos (PSDB). “Não podemos nos acomodar. Temos que pressionar o governo estadual para reduzir esse mal que afeta famílias, a sociedade, nosso município”, conclamou o tucano.

O vereador Mauro Bento Filho (PHS) vê descaso dos governos estadual e federal para com a cidade. “Jataí não é uma cidade qualquer. É uma cidade importante, um polo do agronegócio, da economia, um polo universitário de respeito”, asseverou.

Protestando contra a impunidade que reina no país, a vereadora Vilma Feitosa (PR) também lamentou certa impotência dos parlamentares frente às demandas da sociedade na área da segurança. “Constantemente recebo no gabinete famílias pedindo socorro, mas o vereador não tem condições de resolver diretamente esse tipo de problema. Nos resta cobrar das autoridades do setor”, afirmou ela.

Impunidade que motivou o pronunciamento da empresária Lenira Cardoso, que teve o irmão e uma funcionária dele brutalmente assassinados. “Já se passaram oito meses desde o crime e até agora ninguém foi preso nem tivemos informação alguma”, protestou.

O vereador João Rosa Leal (PR) lembrou que o município deu vitórias históricas ao senador Marconi Perillo (PSDB). “Fizemos tanto pelo senador. Por que ele não faz algo por nós?”, questionou. Ele também não poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Lula só fala do pré-sal e se esquece da segurança, que precisa de investimento”.

Na Rua Dom Pedro II, em frente à Delegacia da Polícia Civil, os manifestantes pararam para deixar claro que não tinham os agentes ou a instituição como alvos. Gênio Eurípedes revelou que um dos objetivos do ato é conquistar melhores condições de trabalho à categoria. “Temos que dar apoio aos nossos policiais. A delegacia às vezes fica até sem tinta para impressora. É como se eles tivessem o pão, mas não a manteiga”, afirmou o presidente da Câmara.

A passeata, que aconteceu de forma totalmente pacífica e sem problemas, chegou ao final às 10h36min, novamente na Praça da Bandeira, depois de passar pelas ruas Capitão Francisco Joaquim Vilela e Castro Alves.

 
 
 
 
     
Fotos: Hélio Domingos.